terça-feira, 30 de setembro de 2014

(Minha) Canção do Exílio







Minha terra tem arranha céus,
e relógios que medem a qualidade do ar.
As buzinas que aqui soam,
não soam como lá.

Nosso céu tem mais helicópteros,
Nossas várzeas já não tem tantas flores,
Nossos bosques ainda preservam vidas,
Nossas vidas, ah! Essas continuam com vários amores.

Enrolando, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá.
Minha terra tem Palmeiras,
Conrinthians e o Guaratinguetá.

Minha terra tem construtores,
e obras, tais, que eu não encontro cá.
De bobeira, sozinho, à noite,
Mais programas eu encontro lá.
Na minha terra, a padoca tem pão com pingado,
Aqui, as padarias, como lá, nunca vão "cherá".

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá,
Sem que eu desfrute de um dia,
em que boa esteja a medição do ar.
Sem que eu deixe de ouvir as buzinas,
me apressando para a faixa atravessar.


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Kristopher Kim
Um mundo antes de ser um homem!